sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Pragas e Doenças!

Pragas e doenças atacam as orquídeas por muitos motivos e hoje existem diversas formas de controle e combate de pragas e doenças, naturais ou industrializadas.

O controle adequado de luz, umidade e adubação correta do substrato favorecem o não aparecimento de doenças e pragas. A disposição dos vasos com distância mínima de 20 cm também é aconselhado, para que parasitas não migrem de uma planta para outra.

A esterilização de tesouras e o próprio manuseio de plantas doentes deve ser feito com atenção, para que não se passe doenças para plantas sadias logo depois. Mudas, que são mais sensíveis às doenças, devem ficar separadas de plantas adultas.

Em geral, muita umidade pode trazer problemas crônicos para as raízes, causando seu apodrecimento. O acúmulo de água é também causa da perda e amarelamento das folhas, deixando-as com uma coloração verde-garrafa. É também excesso de umidade que atrai fungos que podem matar uma planta adulta num curto espaço de tempo.

Pragas também são comuns em orquídeas, como os pulgões. Uma planta sob ataque de um pulgão comum, da família dos afídeos (Aphidae), que adora sugar seiva de hastes novas (hastes de Oncidium são um alvo comum), e de botões florais, o que pode acabar com uma bela floração em poucos dias.

Além de danificar as flores, os pulgões podem transmitir certos tipos de vírus, notadamente o OFV (Orchid Fleck Virus). Outras pragas como Lesmas, caracóis, nematóides e conchonilas variadas, que comem as raízes ou atacam as folhas e flores.

No caso de lesmas e caracóis, recomenda-se a retirada manual através de armadilhas de miolo de pão embebido em cerveja ou mesmo cortes pequenos de chuchu. Para retirada completa dos ovos (que medem de 1 a 3 mm) e o restante dos caracóis, deve-se afundar o vaso da planta por uma ou duas horas em água e repetir este processo nas próximas duas ou três semanas seguintes.

Fungos e Doenças!!!

Ao comprar uma planta, procure sempre conhecer sua procedência, para não levar para casa uma espécie contaminada por vírus, nematóides, caracóis e fungos, por exemplo.

Se o problema dos pulgões e conchonilhas persistir, tente o uso do fumo de rolo. Ferva 100g de fumo de rolo picado em 1,5 litro de água. Acrescente uma colher de chá de sabão de coco em pó. Espere esfriar e borrife sobre as plantas infectadas. É importante ferver o fumo, pois pode ser portador de vírus.

Pragas e Doenças!

Mesmo as orquídeas muito bem cuidadas estão sujeitas a problemas. Quando esses ocorrerem, aja com rigor.
As principais pragas que atacam as orquídeas são as seguintes:
A) Isosoma (Eurytoma orquidearum)
Besourinho preto, de uns 2 mm de comprimento.Perfura a gema da orquídea com sua cauda ponteaguda, lançando ali ovos, que mais tarde originarão novos besouros. O processo inteiro demanda de 6 a 8 semanas, e causa consideráveis estragos. É que as larvas se alimentam da polpa dos brotos, criando uma cavidade no seu interior e fazendo com que se desenvolvam com aspecto deformado.Quando o broto nasce grosso na base e pontudo na extremidade, é quase certo que contenha isosomas em seu interior. E, se ao apertá-lo com os dedos , você sentir que ele está oco , a confirmação está dada.

B) Larva mineira (Mordelistena cattleyana)
Trata-se de um besourinho de uns 2 mm de comprimento, de cor marrom. Ele injeta seus ovos nas folhas tenras das orquídeas. Os ovos se transformam em larvas e estas vão caminhando e abrindo galerias no interior das folhas, em todas as direções. O resultado são folhas feias, carcomidas e condenadas.

C) Pulgões
Pequenos insetos medindo cerca de 2 mm, que se incrustam nas folhas, para sugá-las. Eles possuem uma carapaça cerosa que os proteje contra muitos inseticidas.

D) Cochonilhas
Semelhantes a um algodão branco, que fica sempre alojado no verso das folhas, sugando-as.

E) Tenthecoris bicolor
É uma espécie de baratinha de cor laranja. Voadora, é fácil de ser detectada e vista a olho nu, pois aparece em enxames. Aloja-se de preferência no verso das folhas, sugando e deixando manchas amarelas nas mesmas.

F) Trips (Themios trips)
Esse minúsculo inseto (não passa de 1 mm), desenvolve-se em três semanas. Lança os ovos nas folhas, que após eclodirem, caminham por elas, deixando-as marcadas com estrias marrons.Pior estrago é feito nas flores, que são danificadas e não julgadas nas exposições.Essa praga desenvolve-se em lugares muito quentes e úmidos.

Pragas e Doenças!

G) Lesmas e caramujos
Se alimentam de raízes , folhas novas e flores. Para nós, é a praga de mais difícil controle. Alojam-se no interior do substrato, sob as raízes e, à noite, ou após a rega ou chuva, saem para se alimentar.

F ) Formigas
As cortadeiras danificam folhas e flores. As “doceiras”, vem em busca de néctar, trazendo cochonilhas e pulgões.

Como Combater as Pragas!!!

COMO COMBATER
Como na medicina , melhor é prevenir do que remediar. Uma inspeção freqüente e cuidadosa deve ser feita frequentemente. No entanto, com certeza, hora ou outra nos depararemos com o problema. E aí, temos que agir com eficiência e eficácia.
Com exceção das lesmas e caramujos, poderemos resolver o problema com o uso de uma mistura contendo um inseticida organofosforado, um piretóide e um óleo mineral.
Devemos tomar os devidos cuidados na manipulação dos mesmos, e usá-los sob orientação de agrônomos.Quanto as lesmas e caramujos, o produto Mesurol (Bayer) tem sido usado com bons resultados. Recentemente o procurei na própria Bayer, mas disseram que a produção foi descontinuada.Tem sido usados ainda, inseticidas altamente tóxicos do grupo dos Carbamatos e o Methaldeido.

As Doenças!!!

AS DOENÇAS
Muito mais que as pragas, as doenças são lesivas às orquídeas, e aqui sim, vale ainda mais o lema: “Antes prevenir que remediar”.As doenças, apesar de mais danosas às plantas, são mais fáceis de se prevenir, se regras básicas de higiene e cuidado forem tomadas.
A) Podridão negra
Pouco difundida,é causada pelo Phytium, um fungo bastante virulento, de cor marrom. A mesma começa na base das folhas e se alastra rapidamente. Felizmente, a podridão negra só costuma atacar plantas muito debilitadas.
B) Podridão bacteriana
Causada por bactérias.

TRATAMENTO
Devem ser eliminadas as partes afetadas, fazendo-se em seguida, tratamento das cicatrizes com preparados especiais. No entanto, no Boletim CAOB Nº 3, VOL III de maio/agosto de 1991,sob o título “E ainda se perdem plantas por podridão?” dois orquidófilos de Pernambuco, Augusto Burle Gomes Ferreira e Carlos Eduardo Melo e Silva , este último meu colega de profissão, fizeram a experiência de tratar as plantas acometidas por uma bactéria (Pseudomonas cattleyae) com Cicatrene em pó (Neomicina+Bacitracina-Laboratório Farmoquímica).Trataram plantas injetando o medicamento dissolvido, com uma agulha de injeção raquidiana ou usando-o topicamente.O Dr Carlos Eduardo, que além de orquidófilo é cirurgião vascular, perfurou a planta acometida em sentido longitudinal, pela axila foliar e injetou 1 cm3 no último bulbo infectado e no primeiro, ainda não infectado. A planta foi curada sem que fossem removidas as partes doentes.Enquanto isso, experimentavam curar por uso tópico, e obtinham os mesmos resultados, descobrindo assim que o Cicatrene age sistemicamente nos vegetais, embora não aja assim nos animais.Verificaram, ainda, que o Cicatrene creme e spray, mostravam-se totalmente ineficazes.
Procurando no DEF (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas), verifiquei que atualmente só existe o Cicatrene creme, mas que o Anaseptil pó (Laboratório Farmasa),possui Neomicina, Bacitracina e outros agentes antissépticos.

As Doenças!!!

C)Viroses
Apesar de serem relatados cerca de 27 vírus infectando orquídeas, apenas 3 sãode ocorrência em cultivos comerciais e não comerciais, depreciando a qualidade das plantas e das flores no Brasil: o Cymbidium mosaic vírus-CyMV ( Mosaico do Cymbidium), o Odontoglossum ringspot vírus –ORSV (mancha anelar do Odontoglossum) e um Rhabdovirus causador de lesões anelares necróticas. Dos três vírus citados, os dois primeiros assumem grande importância na orquidofilia, não só brasileira como mundial, em função da freqüente presença.
O CyMV e o ORSV são vírus distintos, porém, muitas vezes, são encontrados concomitantemente, causando sintomas e sinais semelhantes em inúmeros gêneros de orquídeas.Ambos não apresentam vetores conhecidos e não são transmitidos por sementes quando estas são semeadas a partir de frutos maduros.Sendo assim, a perpetuação do CyMV e do ORSV ocorre apenas através da micropropagação e a disseminação por meio de instrumentos de corte, ou seja, mecanicamente.

As Doenças!!!

A diagnose , utilizando-se exclusivamente a avaliação visual, é extremamente complicada, pela alta variabilidade sintomatológica dos vírus em questão e por muitos distúrbios fisiológicos e fatores abióticos apresentarem sintomatologia semelhante. Apenas a título de esclarecimento, podem ser observadas as seguintes variações sintomatológicas, não restritas a vírus, mas que podem funcionar com aviso no ato da aquisição de alguma planta. São eles: Mosaico-manchas foliares escuras, necróticas e irregulares, manchas anelares concêntricas, flores com necrose ou “color brake” (quebra na continuidade da coloração) e maior transparência de pétalas e sépalas. Além das variações sintomatológicas citadas acima, em muitos casos, encontramos ainda, plantas assintomáticas, porém viróticas.
Para uma correta e segura diagnose, podem ser empregados testes serológicos (p.ex. ELISA), técnicas moleculares ( p.ex. PCR), microscopia eletrônica de transmissão ou ainda o emprego de plantas indicadoras. Estas técnicas, no entanto, não estão ao alcance do orquidófilo para que ele, por si só, possa diagnosticar esse problema. Porém,centros especializados como as universidades, podem e devem ser procurados para se realizar a análise dos materiais com suspeita de estarem infectados.
CONTROLE
A principal forma de disseminação das viroses é através de instrumentos de corte utilizados nas operações de limpeza, replante, poda, corte de flores ,etc.Recomenda-se a desinfecção de tesouras, facas, canivetes e outros instrumentos de corte em geral, podendo ser empregado o uso do calor, flambando-se a ferramenta, que antes deve se imersa em álcool. Outras opções para eliminação das partículas virais são: Álcool etílico a 70 %, leite, trifosfato de sódio, formalina, hipoclorito de sódio, hidróxido de sódio, ou água com sabão neutro. Enfatiza-se aqui a imersão das ferramentas em solução de trifosfato de sódio a 5% por 5 minutos ou ainda em hipoclorito de sódio a 1% (água sanitária diluída meio a meio com água) ou hidróxido de sódio a 1%.

As Doenças!!!

Deve-se ressaltar a necessidade de higienização não apenas das ferramentas, mas também das mãos dos orquidófilos e funcionários, das bancadas, dos vasos e substratos. A separação das plantas infectadas das sadias ou mesmo a sua destruição, é uma prática obrigatória.
Outra observação a ser ressaltada é que, uma vez que já foram relatadas em orquídeas diversas viroses, vetores conhecidos ,como as pragas citadas acima, devem ser controlados, assim como deve ser feita a eliminação de possíveis plantas hospedeiras alternativas de vetores e vírus.
Ao se iniciar uma coleção ou aquisição de plantas matrizes, deve-se optar por plantas sadias. Porém, se houver necessidade de se multiplicar plantas de grande interesse e essas se encontram infectadas, algumas técnicas podem ser empregadas para se obter plantas idênticas a planta mãe, só que isentas de vírus. Tais técnicas são: termoterapia, a cultura de tecidos e a quimioterapia ( p. ex. o uso do Virazole), além do emprego conjunto dos métodos acima citados. Assim sendo, tendo-se a necessidade de obtenção de plantas livres de vírus, a partir de uma matriz infectada, deve-se recorrer a laboratórios que possuam “know how” para esse procedimento.

D) Fungos
Manifestam-se pelo aparecimento de manchas marrons nas plantas, sendo seu surgimento causado pelo excesso de umidade nas plantas ou em todo o ambiente. O que mais ataca as orquídeas é o Gleosporium.
Como combater: Para combate-los, usa-se um fungicida de contato, p.ex. Manzate, ou sistêmico (p.ex Benlate)

cocho.

para combater as cochonilhas
usa -se também SBP casa e jardim (muito bom)
e fumax um produto à base de fumo que é super pratico!!!

2 comentários:

  1. Caros amigos, tenho lido recentemente seu blog e como um leigo sinto a falta de fotos ou desenhos que possa explicar mellhor ex.: uma espécie de orq. no mais tenho acrescentado bons conhecimentos, obrigado.
    Robeerto

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  2. Olá... encontrei um minúsculo caracol na minha orquídea, que "sugou" um brotinho da planta. Não consegui retirá-lo, pois se perdeu no substrato. Apesar de ter visto apenas um, imagino que deve haver mais! Como faço para exterminá-los? Obrigado.

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