segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais umas pérolas que descobri conversando com amigos....

Bom, venho aqui lhes trazer mais uma pérola de descoberta, que, conversando com amigos, descobri que dá para fazer com nossas plantinhas maravilhosas:


Orquídeas rupícolas: Sulfato ferroso - (comprado em farmácias - barato), e ajuda nas orquídeas que necessitam de ferro para poder se desenvolver, fora pregos e parafusos enferrujados que podem ser colocados juntos nos substratos para uma ajudinha com as orquídeas que necessitam de ferro;


Todas as Orquídeas: Cloridrato de Tiamina (também comprado em farmácias - barato por sinal) mais conhecidos como Benerva, Nerven, Beneum, Beneroc, são vários nomes, o interessante é que o princípio ativo deste composto é a Vitamina B1, isto mesmo, Vitamina B1, usada por nós, seres humanos, é ministrado para o crescimento e enraizamento das orquídeas..... Melhor que os adubos que conhecemos, e também achamos mais fácil do que achar alguém que venda adubos.


Receita de como fabricar o seu enraizador:


1 ml de Beneroc contém Vitamina B1 (mononitrato de tiamina) - 5mg. 

1 Comprimido de Vitaum ou Benerva contém Vitamina B1 (cloridrato de tiamina) - 300mg. 



                                                                                                                  Usando o Vitaum ou Benerva: 


1 comprimido de 300mg / 750ml de água = 400mg de Cloridrato de tiamina por Litro de água. 

Usando o Beneroc: 
10 gotas / 1000ml de água = 2,5mg de Mononitrato de tiamina (quantidade aproximada, uns dizem 20gts = 1ml outros 32gts = 1ml). 

Testando o Cloridrato de Tiamina (Benerva, Beneroc) 300mg nas minhas orquídeas que estavam morrendo. São três plantas que ficaram praticamente sem raízes, porque o substrato estava muito úmido e essas apodreceram. É um enraizador eficiênte para a maior parte das plantas, pois funciona como um hormônio. Resolvendo testar e quem sabe salvar as pobres:
Orquídeas testadas: Coelogyne cristata; 2 híbridos sem identificação


O procedimento foi:

1 - Troca de vasos.
2- Usando 2 comprimidos de benerva macerados, diluídos em 1 litro de agua, produzi uma agua "batizada".
3 - Reguei as plantas com a água. (metade da garrafa).

Agora é esperar e ver se o enraizador vai funcionar e salvar as plantas. Após 2 a 3 semanas começam a soltar as novas raízes











AGORA AQUI POSTAREI UMAS DICAS QUE ACHEI INTERESSANTE E QUE ENCONTREI NO SITE DO ORQUIDÁRIO CUIABÁ!!!!!



Correta adubação nos proporciona boas florações!
Sempre fiquei intrigado visitando exposições de orquídeas, apreciando lindas e exuberantes flores, e minha planta em casa, sem a mesma beleza. Não podemos negar que a origem de um bom meristema de planta premiada, com certeza é fator componente desse resultado, mas não determinante, já que uma boa planta maltratada não produzirá a mesma bela floração daquela melhor cuidada.
O segredo para obter-se boas florações em nossas orquídeas está não só no zelo enquanto regas, luminosidade, ventilação, clima, controle de pragas e doenças, mas principalmente na adubação correta delas. Alguns segredos sobre como conseguem magníficas florações em suas plantas alguns orquidários ou orquidófilos profissionais nunca passam aos pobres mortais como eu e você que está comigo agora lendo esta matéria. Os primeiros, porque naturalmente têm interesse em vender mais e mais plantas aos amantes de orquídeas, e os segundos porque acham-se os detentores exclusivos dos segredos para não terem muita concorrência em exposições, ou apenas pra deleitarem no egoísmo de “a minha planta é a melhor…já a tua….é a tua!
Penso que agora isso cai por terra! Qualquer um pode ter plantas com florações lindíssimas e podendo concorrer de igual pra igual em beleza, forma e tudo mais.
DICA!
Alguns orquidófilos ortodoxos discordam do que exponho agora, mas escrevo na confiança e verdade de fazer uso do que se segue em meu orquidário e tenho tido excelentes florações em minhas orquídeas.
Não estou ganhando nada para dar os nomes dos produtos que adiante se seguem, mas tenho que dizer porque do contrário você não terá como fazer o que eu faço!
Compre um bom adubo para floração. No meu caso uso o PETERS com NPK 8-45-14. Compre tambémum frasco ou pacotinho refil de AJI-NO-MOTO puro (que nada mais é que glutamato monossódico natural cristalizado, extraido da cana de açúcar), e um frasco do complexo vitamínico B, o BENEROC Júnior líquido, da Bayer.
Você irá dissolver em 01 (um) litro de água, preferencialmente de cisterna ou mina (se não tiver, deixe a água da torneira encher um tanque ou na quantidade que precisar pra molhar suas plantas, deixando-a um dia para o outro para evaporação do excesso de cloro), a seguinte quantidade:
10 gotas de Beneroc – 01 colherzinha das de café (veja foto da colher sugerida como medida) do adubo para floração Peters 8-45-14 e uma colherzinha de café de aji-no-moto, agite bem.
Pulverize essa solução nas raizes e folhas de sua planta a cada 10 dias. Terá bons resultados na floração. A razão é simples. O complexo vitamínico B auxilia no fortalecimento das raizes da planta, justamente onde ela retira da umidade do ar os nutrientes que necessita. O glutamato monosódico do aji-no-moto é um aminoácido natural (
Esta dica é específica para adubação visando melhor floração de nossas orquídeas.  Entretanto existe a adubação para manutenção e aquela para crescimento.
De modo geral, para entendimento simples, a adubação de manutenção usamos normalmente em plantas adultas. Ela é balanceada em igualdade na combinação dos elementos químicos N-P-K (nitrogênio (N), fósforo (P)  e potássio (K) e podemos usá-la a cada 10 ou 15 dias, sempre sem exageros na dosagem, recomendando-se o uso do NPK 20-20-20 solúvel .  É mais comum encontrar no mercado de lojas de jardinagem ou agropecuário a formulação NPK 10-10-10, que pode ser usada normalmente e nem por isso aumentada a dose - mas lembre-se, indicada para manutenção porque  para floração é aquela acima descrita.
A adubação para crescimento  é aquela com maior teor de nitrogênio (N),  assim recomenda-se o NPK 30-10-10. Usamos essa adubação para plântulas novas ou em crescimento, e quando queremos garantir um bom enraizamento inicial, que ajudará posteriormente no melhor desenvolvimento geral da planta.
A adubação NPK 8-45-14, de acordo com instruções do fabricante é recomendada principalmente para “arranque de plantas debilitadas”. Particularmente prefiro usá-la para floração. Apesar do fabricante indicar para tal fim a formulação NPK 10-30-20. Esta formulação pode ser utilizada para floração - mas reitero, prefiro aquela mais fosfatada, na composição NPK 8-45-14.
Em qualquer dessas formulações, seja para crescimento (NPK 30-10-10), para manutenção (NPK 20-20-20 ou 10-10-10) ou floração (NPK 8-45-14 ou 10-30-20) pode-se fazer uso dos aditivos mencionados acima – glutamato monossódico e complexo B, na mesma proporção referenciada para floração. 
Evite usar diferentes tipos de adubo ao mesmo tempo, uma overdose pode ser fatal para sua planta. Assim, se você colocou recentemente no vaso de sua planta uma colher de torta de mamona misturada com farinha de osso ou de ostras, não poderá usar a adubação acima sugerida, pois o substrato de sua planta estará com toda uma composição de  adubo orgânico em processo de fermentação liberando vagarosamente doses de nitrogênio, fósforo e potássio, valendo essa recomendação para quem esteja usando o bokashi, que apresenta o mesmo processo, incluindo aqui aquele granulado chamado osmocote, de liberação superlenta.
Veja abaixo o gráfico da Indústria AJINOMOTO da produção de glutamato monossódico.
Comprovando o que disse, apresento esta foto (tirada na tarde de hoje, 25.05.2008) de minha linda Laeliacattleya Melody Fair “Carol” recém-florida e que tenho tratado nos últimos tempos com a solução acima!
Complementando o assunto sobre adubação, minha amiga orquidófila Katia Maria, de Niterói/RJ, participando de uma aula sobre adubação de orquídeas, ouviu do palestrante, um engenheiro agrônomo,  que “o adubo Peters é deficiente em Magnesio e Calcio e precisa ser complementado. Foi explicado também que em dias nublados não se deve adubar pois a planta não metaboliza e transforma em açúcar o que propicia a proliferação de cochonilhas. Que o silício auxilia no combate dos fungos e recomendou o uso de ROXIL.”

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Vanilla...!





Vanilla Mill
Tribo:
Vanilleae
Subtribo:
Vanillinae
Etimologia:
Espanhol: 
vainilla (vagem pequena)


A publicação deste gênero foi feita pela primeira vez , 
seguindo o sistema de Linneus, por Miller, 
em seu "Gardener's Dictionary", datado de 1754,
 com o nome latinizado de Vanilla. 

Este gênero foi descrito a partir da Vanilla mexicana Mill.
 

Sem dúvida nenhuma, 

uma grande parte das pessoas conhece a baunilha
 e gosta de seu aroma e sabor, 
mas o que nem todos têm conhecimento é 
que a essência natural da baunilha
é extraída de uma orquídea.
Até mesmo uma grande parte das pessoas que têm
o hábito de preparar chocolates, sorvetes
e sobremesas usando a baunilha para dar 
sabor e perfume característicos não têm conhecimento deste fato. 

Atualmente são conhecidas mais de 50 espécies 

(alguns livros citam entre 65 e 100) 
e as espécies mais usadas para fins comerciais 
são as espécies americanas (Vanilla planifolia e V. pompona) 
e a espécie taitiana (V. tahitensis). 

A Vanilla planifolia é a principal fonte natural de baunilha. 

A Vanilla pompona é considerada uma fonte de qualidade inferior.
 Segundo Hoehne,
 a Vanilla trigonocarpa é também uma das melhores produtoras de baunilha. 

A essência da baunilha é extraída dos frutos de algumas espécies de Vanilla 

(não de todas), fazendo dela a única orquídea que tem interesse comercial 
fora do contexto ornamental. 

Elas estão dispersas nas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo (Indonésia, América do Sul, América Central, México e África) e esta distribuição sustenta a teoria de que seja um gênero muito antigo. Esta crença é também reforçada pelo fato de que estas orquídeas carregam um número importante de traços característicos antigos fazendo com que os estudiosos concluam que este gênero deve ter se diferenciado quando o primitivo continente dividiu-se há 120 milhões de anos. Esta dedução, baseada na teoria das placas tectônicas faz com que a origem da família orchidaceae seja situada nos primórdios do período Cretáceo (120 - 130 milhões), tendo surgido ao mesmo tempo que as outras plantas floríferas (Robert Dressler, 1981). Por estas razões, pode-se dizer que a Vanilla é uma orquídea bastante primitiva e que sua origem data provavelmente de 120 milhões de anos.
 

A história desta orquídea começou a ser registrada na Europa a partir da descoberta da América, mas fazia parte do dia a dia da civilização pré-colombiana. Ela é, na verdade, uma das plantas usadas desde os tempos imemoriais pelas civilizações Maia e Azteca, mas era especialmente utilizada pelos aztecas mexicanos para dar sabor e aroma a bebidas feitas a partir do cacau, uma outra de suas descobertas.
 

Durante a conquista do México, quando Cortez visitou a corte de Montezuma, em 1520 ou 1540, ele tomou conhecimento de que o imperador azteca só tomava uma bebida chama'chocolatl'
 que lhe era servida em taças douradas com colheres de ouro ou de tartaruga. Dizia-se também que ele tomava esta bebida antes de visitar suas esposas. O sabor do'chololatl' era acentuado pela baunilha que os astecas chamavam de tlilxochitl, que, literalmente, quer dizer flor negra, mais apropriadamente aplicável ao fruto (vagem madura). 

A essência usada era obtida através da fermentação dos frutos da orquídea posteriormente chamada Vanilla.
 

Ao terem seu primeiro contato com a Vanilla, na costa sudeste do México, os espanhóis as chamaram de "Vainilla" (vagens pequenas) porque seus frutos alongados, contendo as sementes, lembravam-lhes as "vainas" (vagens) de certas plantas leguminosas. "Vaina" é também um diminutivo para a palavra latina vagina, significando "bainha".
 
Até hoje não se sabe se o botânico sueco, Olof Schwartz, pensava no formato da vagem (bainha) ou em suas propriedades ditas afrodisíacas quando ele deu o nome à orquídea de Vanilla.
 

No famoso
 Codex Badianus, publicado em 1522, que contem desenhos e textos preparados por um índio mexicano sobre o uso das plantas mexicanas, há um desenho da planta da Vanilla com o seu nome correspondente na linguagem Náhuatl (tlilxochitl). Há também uma descrição do processo (em Latim) para obtenção da essência destas e de outras flores. Esta era a primeira representação pictórica de uma orquídea do considerado Novo Mundo. 

Em 1651, uma planta da Vanilla foi novamente ilustrada e descrita no trabalho de Francisco Hernández,
 "Rerum Medicarum Novae Hispaniae Thesaurus", um botânico anterior a Linneus. 

Sua introdução na Europa, para onde foi levada por volta de 1500, foi praticamente instantânea, mas seu cultivo não prosperou. A maior parte das plantas não floresceu ou floresceu mediocremente sob as condições climáticas européias. Além da dificuldade do cultivo (ainda hoje são consideradas plantas de difícil cultivo), o inseto que faz a sua polinização não existe na Europa.
 

O primeiro cultivo bem sucedido só se deu em 1807 e nas décadas seguintes. Em 1819, foi levada para Caiena, na Ilha de La Réunion, uma possessão francesa, por um capitão de um navio sob forma de plântulas. Estas plântulas foram cultivadas no jardim do rei em Saint-Denis de La Réunion e logo prosperaram permitindo a distribuição a todos os plantadores da ilha. Infelizmente, não ocorreu nenhuma frutificação pois seu polinizador específico não existe naquela ilha (uma abelha do gênero Eulaema, segundo Robert Dressler).
 
Durante duas décadas as plantas continuaram a prosperar mas sem que se conseguisse uma cápsula sequer. Em 1837, em Liège, um botânico belga chamado Morren foi o primeiro a conseguir polinizar artificialmente a flor da Vanilla e, no ano seguinte, foi a vez do botânico francês Neumann repetir a experiência também com sucesso. Tentou-se executar o mesmo processo na ilha de La Réunion mas não se obteve nenhum sucesso.
 

Em 1841, um jovem escravo de 12 anos, chamado Edmond Albius descobriu, por ele mesmo, a técnica da polinização manual. Assim, em 1848, Réunion exportou para a França cerca de 50 vagens (ou cápsulas). Devido ao grande sucesso deste cultivo, a cultura da Vanilla foi introduzida nas ilhas vizinhas (Madagascar, Comores, Santa Maria) e em 1898, cerca de 200 toneladas de vagens foram produzidas pelas colônias francesas.
 
A descoberta da polinização artificial e a venda de mudas permitiram o desenvolvimento do cultivo comercial da Vanilla nas regiões tropicais e, além da França, a Inglaterra e a Bélgica cultivaram esta orquídea em muitas de suas possessões coloniais.
 

Sua reputação afrodisíaca acompanhou-a nos diversos países onde ela foi introduzida e no início do século XVIII, na Europa, era costume aconselhar os jovens maridos a tomarem bebidas feitas com a Vanilla.
 
Na corte do Rei Luiz XV adotou-se o costume de ressaltar o sabor do chocolate acrescentando a baunilha e o âmbar. Diz-se que Madame Pompadour, amante de Napoleão, apreciava intensamente este costume.
 
Até o fim do século XVI, a Vanilla fazia parte integrante da farmacopéia européia onde era utilizada para tratar febres, histeria, melancolia e outros males por suas (pretensas) qualidades diuréticas, afrodisíacas, antipiréticas, calmante e purificante.
 

A medicina primitiva das ilhas de La Réunion e Madagascar ainda hoje faz uso dela. Embora seja atualmente muito usada como um agente para dar sabor às bebidas, doces e sorvetes, ninguém mais acredita seriamente em sua reputação como afrodisíaca.
 

No final do século XIX, o princípio ativo da baunilha foi identificado e produzido artificialmente e a extração natural do princípio ativo foi substituída em muitos casos pela produção artificial. No entanto, sendo o produto natural o resultado de uma combinação complexa de muitas substâncias, tem uma qualidade nitidamente superior e, por esta razão, estas plantas continuam a ser cultivadas em alguns países tropicais. A maior parte da produção comercializada vem do México e das Ilhas de Madagascar e Comore e na falta de seus polinizadores naturais (insetos existentes em seu habitat de origem), a Vanilla precisa ser polinizada manualmente.
 

Enquanto que em Madagascar as florestas são cortadas para expandir o cultivo destas plantas, as florestas do México são destruídas pelos agricultores, reduzindo desta maneira a fonte do gene natural que, ao ser cruzado com a Vanilla cultivada, poderia aprimorar a produção e aumentar a resistência às pestes e doenças.
 

Estas plantas parecem cipós e são as orquídeas mais longas atingindo 30 metros ou mais de comprimento. São planta terrestres ou humícolas e facilmente reconhecidas pelo seu hábito monopodial de trepadeira com raízes adventícias e flores relativamente grandes. Com exceção de uma espécie, todas são escandentes. Devido a este tipo de crescimento, todas as espécies precisam de um suporte onde seu caule possa se agarrar, como elas fazem na natureza ao aderir suas raízes às árvores. Quando elevadas, elas deixam seus ramos pendentes e assim florescem.
 
Elas não possuem pseudobulbo e suas folhas, mais ou menos suculentas, coriáceas, verde-escuros, são alternadas, algumas vezes reduzida simplesmente a vestígios e ocasionalmente ausentes. Opostas às folhas, em cada nó, nascem uma ou mais raízes aéreas, razoavelmente grossas. As flores, com bastante substância e razoavelmente grandes, são produzidas a partir das axilas das folhas ou dos vestígios delas. Elas podem ser muitas ou poucas, nascendo de rácimos muito pequenos que por sua vez produzem poucas flores. São flores vistosas mas, em quase todas as espécies, são de curta duração e produzidas em sucessão. As pétalas e sépalas são livres e iguais. O labelo é unido na base a uma coluna longa e estreita encoberta. Em todas as espécies o pólen é macio e farinhento e não é divido em políneas distintas. Suas sementes são muito diferentes das sementes das outras orquídeas, elas tem uma um tegumento (epiderme) muito duro e opaca e é externamente desenhada (esculpida).
 

Existem dois tipos de Vanilla, as de caules espessos e folhas carnosas, que são boas produtoras de baunilha e as que tem os caules mais finos, com folhas mais largas, as favas não são carnosas e não são boas produtoras de baunilha. O fruto é uma cápsula alongada (chamada de vagem) e constitui seu verdadeiro valor econômico pois é justamente dele que se extrai baunilha. Estas vagens precisam de uma longa preparação para desenvolver seu sabor e perfume característicos.
 

Para se obter a vanilina, o princípio ativo da baunilha, suas vagens precisam passar por um processo bastante longo, primeiro devem ficar amadurecendo durante muitos meses antes de serem colhidas. O processo propriamente dito para ressaltar o seu perfume envolve muitas manipulações: calor inicial, secagem ao sol, ser curada na sombra, seleção e empacotamento.
 

A título de curiosidade, uma antiga maneira de se obter a vanilina: As vagens são curadas mergulhando-as em água quase fervendo por 25 segundos. Depois são colocadas entre tecidos para absorção da umidade e colocadas ao sol para secar. Elas são então enroladas em outro tecido e colocadas em uma caixa fechada, retiradas todos os dias e espalhadas ao sol por uma ou duas horas. Este processo prossegue por 2 ou 3 semanas até que se tornem escuras e macias.
 

Ainda hoje seu cultivo é considerado difícil. São plantas que precisam de luminosidade intensa, umidade constante e freqüentes doses de fertilizantes. A rega deve ser regularmente mantida durante o ano todo, não havendo período de repouso muito marcado. Em razão de seu hábito de trepadeira, precisa de muito espaço para se expandir e precisa de um suporte para se agarrar. Pode-se usar uma treliça ou uma grade para facilitar o acesso à flor já que a polinização será manual. A maior parte das espécies vegeta bem quando suas raízes basais são colocadas num substrato com um eficiente sistema de drenagem mas, em razão da grande quantidade de raízes aéreas, o recipiente onde ela será instalada deverá ser pequeno. Ao seu substrato (do tipo terrestre) pode-se acrescentar terra arenosa e detritos vegetais.
 

Uma grande dificuldade no seu cultivo destinado à obtenção da vanilina é justamente a necessidade de se fazer a polinização manual principalmente por causa da curta duração de suas flores fazendo com que esta polinização tenha que ser feita dentro de um período muito curto, até mesmo de horas.
 
baunilha (desenho)  
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Endêmica para a África tropical.
 
Seu caule tem o diâmetro aproximado de 2 a 3cm, é cilíndrico e a distância entre os nós é de aproximadamente 15 cm de comprimento. Suas folhas são elípticas, surge uma em cada nó e elas têm aproximadamente 15 cm de comprimento e 8 cm de largura. Sua inflorescência é apical, com muitas flores bastante vistosas e atingem 10 cm de diâmetro.. Seu colorido vai do verde ao púrpura e como as espécies deste gênero abrem sucessivamente, com uma duração máxima de 2 dias. A mesma inflorescência pode produzir flores por muitos anos e torna-se cada vez maior. Florescem durante o verão. É uma das espécies mais fáceis de cultivar embora não tenha interessa do ponto de vista da obtenção da baunilha.
 
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Encontrada na Flórida, as flores tem 7 cm de diâmetro.

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Possui folhas ovais largas, sépalas e pétalas relativamente largas. As sépalas e pétala são esverdeadas enquanto o labelo é branco com calos amarelos.

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Tem folhas largas e as flores são esverdeadas. É encontrada desde a América Central até a Bolívia.

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Espécie bastante vistosa, é encontrada na Flórida, Índias Ocidentais e Trinidad -Tobago. Em cultivo, floresce de dezembro a julho. As sépalas e pétalas são verde pálido, o labelo é creme e branco com veios amarelos.

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Espécie bastante vistosa, originariamente encontrada nas Índias Ocidentais e na América Central (endêmica para os trópicos do chamado Mundo Novo) é agora cultivada em toda região tropical como fonte da essência da baunilha. Floresce praticamente o ano todo mas sobretudo de janeiro a maio. As flores vão do verde pálido até o amarelo esverdeado, o labelo um o lóbulo terminal truncado. As folhas são elípticas, suculentas e verde-escuros. As flores que aparecem em curtos rácimos têm aproximadamente 10cm de diâmetro 
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Também é uma espécie bem vistosa e é encontrada nas Índias Ocidentais, do México até a Bolívia e no Brasil. Floresce de janeiro a maio. Suas flores são amarelo-esverdeadas e o labelo vai do branco até o amarelo alaranjado. Suas folhas são largas e ovais.

A Colômbia possui, aproximadamente, 10 espécies e entre elas, a Vanilla mexicana, V. odorata, V. planifolia, V.pompona e outras.


Segundo Guido Pabst & Dungs, as espécies nativas do Brasil são as seguintes:



titulo- Sépalas de margem lisa, labelo no ápice com crista ou papiloso.

V. cristagalli Hoehne (Amazonas)

V. cristato-callosa Hoehne (Amazonas)

V. dubia Hoehne (Rio de Janeiro)

V. ensifolia Rolfe (Mato Grosso)

V. pusura Rodr. Jr (Amazonas, Pará) (É também nativa do Suriname)

V. ribeiroi Hoehne (Mato Grosso)

V. schwackearana Hoehne (Minas Gerais)

V. uncinata Huber (Amazonas e Pará)


titulo- Sépalas de margem lisa, labelo glabro ou só carenado.

V. bahiana Hoehne (Pará, Pernambuco , Bahia)

V. bicolor (Amazonas) (Também nativa das Guianas)

V. chamissonis (Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal)

V. denticulata Pabst (Pernambuco)

V. eggersii Rolfe (Mato Grosso)

V. gardneri Rolfe (Pará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais)

V. lindmaniana Krzl (Mato Grosso)

V. palmurum Lindl. (Pará, Bahia, Paraná, Mato Grosso) (Também nativa da Bolívia e Suriname)

V. planifolia andr. (Amapá, Pará, Rio de Janeiro) (Também nativa das Guianas, Venezuela, Colômbia, América Central)

V. pompona Schiede (Amapá, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso) Também nativa das Guianas, Venezuela, Colômbia, América Central, México, Bolívia, Argentina).

V. sprucei Rolfe (Amazonas) (também nativa da Colômbia)

V. trigonocarpa Hoehne (Amazonas e Pará)


titulo - Sépalas com margens fortemente onduladas

V. angustipetala Schltr. (São Paulo, Paraná) (também nativa do Paraguai)

V. aromatica Sw (Amapá, Para, Rio de Janeiro, Minas Gerais) (Também nativa das Índias Ocidentais, América Central e México)

V. bradei Schltr. (São Paulo)

V. bertoniensis Bertoni (Paraná) (também nativa do Paraguai)

V. edwallii Hoehne (Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul)

V. organensis Rolfe (Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso)

V. ovata Rolfe (Pará) (Também nativa das Guianas)

V. parvifolia Barb Rodr (São Paulo, Paraná) (Também nativa do Paraguai)

V. perexilis Bertoni (Paraná) (Também nativa do Paraguai) 


titulo - Plantas arbustivas


Foto/Photo: Sergio Araujo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma matéria interessante do Orquidário Cuiabá.... Leiam com atenção pois é bem interessante mesmo!!!

“Além da alegria, a coisa boa de ensinar biologia durante anos foi aprender a cada dia mais.  A coisa ruim é explicar tudo agora para adultos tão explicitamente como se fossem adolescentes.
Quando ensinava, comecei o ano escolar com uma experiência laboratorial onde os alunos diluíam aspirina (uma dose para adultos de 325 mg) em água, e regavam rabanetes, aveia ou qualquer vegetal de crescimento rápido com essa solução.   A experiência nunca falhava.
A diluição forte (1 parte de aspirina para 1.000 partes de água) parava o crescimento; os grupos regados com a diluição média (1/10.000) cresciam notavelmente melhor que o grupo de controle regado somente com água; e os grupos regados com a diluição fraca (1/100.000) não cresciam mais do que o grupo de controle.
Os estudantes aprenderam que a aspirina contém salicina  (C13  H18  O7), encontrada na casca do salgueiro.  Os Índios Nativos de América do norte mastigavam talos de salgueiro para se livrar das dores de cabeça, e posteriormente os botânicos perceberam que alguns capins e outras plantas aquáticas que cresciam nas margens dos rios entre as raízes dos salgueiros cresciam melhor e amadureciam mais depressa devido à salicina.  Transforme a salicina em ácido salicílico e pronto ! surge a aspirina.  Literatura recente indica que a aspirina também é agente efetivo no tratamento de algumas infecções fúngicas.
Faz um ano, armado com toda essa informação, comecei a tratar nossa coleção de orquídeas  com uma dose semanal de aspirina. Percebi que podia multiplicar a boa diluição de 1/10.000 acrescentando três quartos de aspirina por galão de água (um galão, medida americana corresponde a 3,783 litros). Temos umas 2.000 orquídeas, então usei 15 aspirinas para os 20 galões do reservatório do aspersor.
Na fase de crescimento acrescentei 6 colheres de sopa de fertilizante sólido e um jato de Whisk ou Dawn.  No inverno usei 3 colheres de fertilizante sólido (desculpem as reiterações do professor, mas uma aspirina completa por galão vai brecar o crescimento, e também não se deve usar este sistema se a sua água tem teor ácido. Nossa água tem normalmente um pH de 9.0 e a aspirina abaixava o nível do pH para 8.6).
As orquídeas recebiam regas ou água de chuva normalmente durante a semana.
Para fazer 12 galões de solução fertilizante, combine 9 aspirinas com 12 galões de água; para 4 galões acrescente 3 aspirinas em 4 galões de água; e para fazer somente 1 galão dilua 1 aspirina num copo de água, jogue fora 1/4 dele e então acrescente água para completar 1 galão.
Nossas plantas tiveram mais floração, maior crescimento e menos problemas de fungos desde que a aspirina se tornou parte de nosso trato cultural.  A única mudança tem sido acrescentar aspirina uma vez por semana. Pode ser a redução do pH, ou quiçá a mágica que dilui o nosso sangue e para as dores e sofrimentos que também nos ajuda a cultivar melhores orquídeas.
A outra coisa que aprendi e que venho usando por vários anos provem de um projeto de ciências de um dos meus alunos.  Não se aplicava a orquídeas, mas as seis ou mais variedades de plantas de jardim  tratadas demonstraram que o maior aproveitamento metabólico acontece às 11 hs e era melhor aplicar o fertilizante (e o herbicida também) nesse horário.
OBS.: 1 galão norte-americano eqüivale a 3,785 litros”
Colaboração recebida via email da orquidófila 
Sandra Soares, de Volta Redonda/RJ.
Com o comentário do orquidófilo e com certeza orquidólogo, Hélio R. Magaldi, esclarece que “3/4 de Aspirina (ácido acetilsalicílico da Bayer) 325 mg equivale à 243,75 mg. Isto é praticamente a metade de uma Aspirina de 500 mg (a versão adulta comercializada no Brasil). Logo, para atingir os 243,75 mg, basta fracionar um comprimido de 500 mg em dois e utilizar uma das metades em 3,785 lts (1 galão – medida americana). Estou fazendo assim: metade de uma aspirina 500 mg diluída em 4 litros.
A Aspirina 500 mg, dose para adultos no Brasil, é tida como “extra forte” nos EUA. Neste país, a concentração baixa é de 81 mg -low-dose – no Brasil é de 100 mg (infantil). Veja mais emhttp://www.wisegeek.com/what-is-the-appropriate-aspirin-dose.htm
A página http://www.plantea.com/plant-aspirin.htm traz a experiência de Martha McBumey com o uso de ácido acetilsalicílico em diferentes culturas. Em algumas (tomate e brócolis) associando à solução de água-Aspirina uma pequena dose de sabonete líquido suave para que houvesse uma melhor aderência da mistura à planta. Diz ali que ao aplicar a solução de Aspirina-água em certas sementes plantadas em solo , houve 100% de germinação, o que não teria acontecido em outra área de solo com o mesmo tipo de semente. Interessante.”
“Plantas sob estresse produzem sua própria ‘aspirina’, diz estudo
Uma equipe de pesquisadores americanos descobriu acidentalmente que algumas plantas são capazes de lançar no ar um gás de composição similar à de um dos analgésicos mais utilizados pelo ser humano, a aspirina, quando ameaçadas por perigos como estiagem, mudanças drásticas de temperatura ou pragas de insetos.
Os cientistas do Centro Nacional para a Investigação Atmosférica do Colorado concluíram que, da mesma forma que os seres humanos usam o ácido acetilsalicílico (nome científico da aspirina) para baixar a febre,as plantas lançam no ar uma substância química parecida com o analgésico para melhorar suas defesas e se recuperar de alguma lesão.
“Os cientistas dizem que quantidades significativas de substâncias químicas podem ser detectadas na atmosfera quando as plantas respondem a secas e outros perigos”, disse o repórter da BBC, Richard Hamilton.
Os especialistas destacaram em artigo na revista Biogeosciences que os agricultores poderiam se beneficiar desse fenômeno porque a presença de emissões de salicilato de metila tem potencial para dar aos fazendeiros um alerta antecipado para possíveis dificuldades em seus cultivos, permitindo que eles tomem medidas contra pragas, por exemplo.
A substância química liberada também pode ajudar as plantas a sinalizarem um possível perigo umas para as outras.
“Esta descoberta traz uma prova de que a comunicação entre plantas ocorre no nível do ecossistema, disse Alex Guenther, co-autor do estudo.
“Parece que as plantas têm a habilidade de se comunicar através da atmosfera.”
A equipe disse que descobriu a presença da substância química acidentalmente quando estava monitorando emissões de compostos orgânicos voláteis em uma plantação de nogueiras na Califórnia. (Fonte: Estadão Online)”
Colaborou  Katia Maria de Niterói/RJ – ref. publicação dia 20/09/2008,  no http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=40797
A História da Aspirina – Uma medicação antiga que continua atual.
Autor: Dr. José Carlos Carneiro Lima
Em 1757, o Mr Edmund Stone um inglês natural de Oxfordshire, provou a casca do salgueiro e ficou surpreso com o seu intenso sabor amargo.
Sua semelhança com o sabor da casca do “Peruvian” (Cinchona) – um remédio raro e muito caro utilizado para malária – chamou a atenção de Stone, levando-o à iniciar uma observação clínica cuidadosa, que durou seis anos e culminou com uma carta ao Honorável George Conde de Macclesfield Presidente da “Royal Society” relatando sua descoberta. Stone baseou-se na teoria de que muitas doenças naturais carregam com elas sua cura, ou que sua cura não está muito distante da sua causa.
O salgueiro, assim como as doenças febris, são abundantes nas regiões úmidas. Apesar de não saber, o que ele acabava de descobrir era que os salicilatos – termo geral para os derivados do acido salicílico – reduziam a febre e aliviavam as dores produzidas por uma variedade de doenças agudas que provocavam calafrios, como a malária. A casca do salgueiro (Salix alba) é adstringente porque contém grande quantidade de salicina, o glicosídeo do ácido salicílico.
Em 1833, Raffaele Piria deu ao composto o nome pelo qual é conhecido até hoje: ácido salicílico. Durante o século 19, os cientistas franceses e ingleses estavam muito à frente dos alemães no que dizia respeito ao estudo de produtos naturais porém, o “know-how” de produtos sintéticos era dominados pelos alemães. Em 1859, Hermann Kolbe e seus estudantes, na Universidade de Marburg, sintetizaram o ácido salicílico e seu sal sódico, a partir de fenol, dióxido de carbono e sódio. Em 1874, um desses estudantes, Friedrich von Heyden, fundou a primeira grande empresa dedicada à produção salicilatos sintéticos em Dresden.
Enquanto em 1870 o preço do ácido salicílico, feito a partir do salicina, era 100 Thaler por kg, em 1874 o preço do produto sintético era 10 Thaler por kg. Foi a disponibilidade de um ácido salicílico barato que possibilitou a propagação do seu uso.
aspirina, o salicilato mais conhecido hoje, entrou nessa competição razoavelmente tarde. Sua descoberta, em 1898, deveu-se ao fato do pai de Felix Hofmann, um químico do ramo de tinturaria da divisão Bayer, ser portador de artrite e não tolerar o salicilato de sódio devido a uma irritação crônica do estômago.
Hofmann foi buscar na literatura um derivado do salicilato de sódio que fosse menos ácido e deparou-se com o ácido acetil salicílico que era também mais palatável e mais efetivo para seu pai.
Atualmente, o salicilato mais usado é o ácido acetil salicílico, mais conhecido pelo nome comercial, “Aspirin”, (“a” de acetil e “spirin” do alemão Spirsaure), registrado pela Bayer.
Em 1899, não havia indústria química no mundo capaz de competir com os cartéis alemães. Eles haviam ganhado a guerra da aspirina e podiam ditar os termos da vitória.
No início da década de 90, os americanos consumiram cerca de 80 milhões de comprimidos/dia = 59 bilhões de comprimidos/ano e gastaram em torno de 29 bilhões de dólares/ano com analgésicos, muitos dos quais continham aspirina ou substâncias assemelhadas.Mecanismo de ação:
A primeira explicação satisfatória para o mecanismo de ação da aspirina foi proposta, em 1971, por John R. Vane e colegas do 
Royal College of Surgeons em Londres. Vane havia observado o fato de que muitas formas de dano tecidual (como o rubor e calor, e dos que são sinais de inflamação) eram seguidas pela liberação de prostaglandinas, um grupo de hormônios ubíquos produzidos pela oxidação enzimática do ácido aracdônico, um ácido graxo contido na membrana celular.
As  prostaglandinas são liberadas quando as células são lesadas ou estimuladas por outros hormônios. Vane então, utilizou ácido aracdônico marcado radioativamente para demonstrar que a aspirina e drogas a ela relacionadas (chamadas de antiinflamatórios não esteróides = AINEs) inibiam a síntese de prostaglandinas.
Talvez o aspecto mais persuasivo da hipótese das prostaglandinas, tenha sido a explicação dos efeitos colaterais dos AINEs.
O efeito colateral mais freqüente do ácido acetilsalicílico, é a irritação e ulceração gástrica.
Tais drogas causam esta irritação porque bloqueiam a síntese das prostaglandinas necessária à mucosa gástrica para regular a superprodução de ácido e sintetizar a barreira de muco que previne sua auto digestão.
A hipótese da prostaglandina explica o efeito antitrombótico de pequenas doses de aspirina, e o efeito analgésico e antipirético de doses intermediárias. Contudo, muita coisa ainda pode vir a ser aprendida sobre a biologia destes compostos na medida que eles interagem com sistemas cruciais das células.
Indicações:
Stone observou ainda que tais compostos exibiam um amplo espectro de efeitos:
Em baixas doses = de 85mg a 325 mg/dia – a aspirina pode ser usada para tratar e prevenir ataques cardíacos e na prevenção de trombose cerebral; 500mg a 4g (2 a 8 comprimidos de aspirina) Dois a seis comprimidos/dia são eficazes para dor ou febre;
Doses mais altas reduzem o rubor e o edema das articulações em doenças como a febre reumática, a gota e a artrite reumatóide.
A aspirina e os salicilatos têm, também, muitos outros efeitos biológicos, somente alguns relacionados com seus usos clínicos.
Os salicilatos podem:
-Tratar calosidades;
-Provocar a perda de acido úrico pelos rins;
-Matar bactérias “in vitro”.
A Aspirina na Medicina:
-Inibe a coagulação sanguínea;
-Induz úlcera péptica;
-Promove retenção de fluidos pelos rins.
-Prevenção das Doença Arterial Coroanariana e
-Acidente Vascular Cerebral.
Na Biologia Celular:
-Inibição do transporte de íons através de membranas celulares;
-Ativação de células brancas;
-Alteração na produção de ATP mitocondrial.
Na Biologia Molecular
-Ativação gênica.
Na Botânica
-Indução da floração.
Garret A. Fitzgerald e John Oates da Vanderbilt University School of Medicine mostraram que a aspirina, em pequenas doses, pode reduzir o risco de coagulação prevenindo AVCs e ataques cardíacos. Nenhuma outra descoberta, advinda da hipótese de Vane, obteve maior impacto na saúde pública.
Entrevista com Dr. Gilson Feitosa – Professor titular III Disciplina de Clínica da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública; Presidente SBC – 1999-2001.
1. 
Qual a incidência das doenças cardiovasculares no Brasil?
R.:  São responsáveis por cerca de 300 mil óbitos ao ano, esse dados são obtido através de levantamento de atestados de óbitos, isto coloca as doenças cardio-vasculares – DCV como a principal causa de óbitos no Brasil nos dias atuais e já a muito tempo desde os anos 60. Entre as doenças cardiovasculares destaca-se as doenças isquêmica do coração e as doenças cerebro-vasculares como as mais importantes, a peculiaridade no Brasil de ainda contarmos em algumas regiões com doenças ligadas a aspectos carenciais como por exemplo a doença reumática no coração e doença de chagas.
2. 
Quais são seus fatores predisponentes?
R.: Os fatores predisponentes para a cardiopatia isquêmica cardiovascular são:
hipertensão arterial, tabagismo e dislipidêmias, todos estes fatores de risco concorrem para o aparecimento de aterosclerose vascular, que é a doença básica,  determinando doença arterial coronariana e doença dos vasos cerebrais.
3.
 Como prevení-los? Existe forma de prevenção usando medicamentos?
R.: Existem duas formas identificadas de prevenção, uma que é dita primária, que é mais abrangente e aplica-se as pessoas que tendo os fatores de risco ainda não tiveram manifestações da aterosclerose. A segunda forma é a prevenção secundária onde se aplica a pessoas que já tiveram infarto do miocárdio,
em ambas, as formas de prevenção recomenda-se  mudanças do estilo de vida que resultem em abolição do tabagismo (cigarro), dietas saudáveis com redução de gorduras saturadas, controle de peso e prática regular de exercícios.
Ocasionalmente na fase primária e freqüentemente na secundária recorre-se ao uso de medicamentos tais como, antihipertensivos e hipolipemiantes.
4. 
Qual a real importância da aspirina como droga preventiva das DCVs (Doenças cardiovasculares)?
R.: A aspirina tem papel comprovado na prevenção de eventos cardiovasculares, tanto em prevenção primária e principalmente na secundária. São clássicas as observações dos estudos médicos realizados nos EUA, com prevenção primária, e são numerosos os estudos de prevenção secundária que demonstram que a aspirina em doses que variam de 100 a 300 mg/dia são capazes de reduzir muitos desses eventos.
Fonte:  Boletim científico de Medicina Laboratorial – publicação quadrimestral, ano 14, nº01, 1º quadrimestre 2003;  do LPC- Laboratorio de Patologia Clínica, de Salvador/Bahia.Atenção: O Orquidario Cuiabá recomenda – não faça uso de medicamentos sem que tenham sido receitados por profissionais de Saúde Pública.